Após os resultados das análises efectuadas pela APA (Agência Portuguesa do Ambiente) terem detectado que os níveis de celulose estão 5 mil vezes acima do normal e de concluir que a sua origem está nas fábricas de papel a montante do Açude de Abrantes, o Movimento Protejo exige que as mesmas sofram sanções pelo atentado ambiental causado, que já se verifica às vários meses e que nas últimas semanas, despertou os meios nacionais da comunicação social e até autarcas locais, com o aparecimento da grande mancha de espuma que causou um enorme impacto na qualidade da água do Rio Tejo, resultando num grande acumular de matéria orgânica. Por sua vez e mesmo que com os resultados comprovados, a empresa Celtejo, refuta todas as acusações.

Poluição Rio Tejo | Açude Açude Abrantes | Foto: RTP
O presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) revelou que a carga poluente que afectou o Rio Tejo na zona de Abrantes, a 24 de Janeiro, teve origem nas descargas da indústria da pasta de papel.
“O que estamos aqui a referir é que, com base nestas análises efectuadas, e na monitorização e acompanhamento efectuados, se confirma que o acumular da carga orgânica nestas localizações do rio, com origem nas indústrias de pasta de papel localizadas a montante, tem um impacto negativo e significativo na qualidade da água no rio Tejo”, afirmou Nuno Lacasta à comunicação social.
Ainda que não responsabilize uma empresa específica, referindo que todas aquelas que se localizam a montante de Abrantes e das albufeiras de Fratel e Belver, Nuno Lacasta sublinhou que a Celtejo é responsável por 90% das descargas naquela zona, lembrando que esta empresa foi obrigada a reduzir para metade as descargas de efluentes. Até ao dia 5 de Fevereiro, altura em que terminam esta “medida de precaução” de 10 dias, APA vai a avaliar os impactos desta restrição na qualidade da água do rio e rever se a medida é prolongada ou alargada a outras empresas.
A Celtejo já veio refutar responsabilidade da poluição no Tejo. A fábrica de pasta de papel da Altri, em Vila Velha de Ródão, reiterou, quarta-feira, que é alheia aos recentes fenómenos de poluição no rio Tejo, como explicou um dos responsáveis da empresa Soares Gonçalves.
Este responsável falava à comunicação social após uma vista de apresentação da nova estação de tratamento de águas residuais industriais (ETARI) da empresa. A Celtejo diz ainda que a redução dos efluentes em 50% é inviável. in rtp
Em comunicado o movimento Protejo, realça que:
“ainda que não responsabilize uma empresa específica, o presidente da APA, Nuno Lacasta, apontou a Celtejo como responsável por 90% das descargas naquela zona. Ficam a aguardar pacientemente até segunda-feira, quando termina a medida de precaução de 10 dias de redução para metade das descargas de efluentes dessa unidade para o rio, e em que a APA vai apresentar uma avaliação dos impactos desta restrição na qualidade da água e rever se a medida é prolongada ou alargada a outras empresas.
O movimento Protejo considera ainda que seria de “bom senso” que, “face às evidências”, a Celtejo retirasse a acção que interpôs contra o membro do movimento Arlindo Marques, pelas denúncias que este tem amplamente divulgado, e na qual reclama o pagamento de uma indemnização de 250.000 euros.

Poluição Tejo | Foto: O Ribatejo